Banca de DEFESA: SIMONE DE ARAUJO PEREIRA
26/02/2016 15:21
A presente tese buscou compreender a praia a partir da análise das práticas que são estabelecidas na faixa-de-areia. Bem como, analisar o que comumente se reconhece como “estilo praiano” ou “estilo de vida praiano”. O estudo se desenvolveu pelas praias urbanas da cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, entre as praias que compõem o litoral natalense encontram-se a Praia de Ponta Negra, do Meio, Areia Preta e da Redinha. A compreensão do sentido público da praia urbana, deu-se inicialmente a partir da contextualização da história do banho de mar e do processo de aproximação (social) dos indivíduos da cidade à praia, tal compreensão revelou dois aspectos centrais para pensar a atual configuração da praia urbana: o desejo pela beira-mar; e, as tensões entre os valores consolidados do continente sobre as práticas que emergiam da praia. O desejo se apresenta como configurador da praia, na medida em que este se realiza pelas expressões retroalimentadas de desejos infinitos. As tensões de antes perduram até a atualidade na configuração da praia, há sempre algo novo que na praia se diz "poder fazer" e que parece desafiar as regras advindas do continente. A praia é percebida pela sua particularidade de efemeridade (caracterizado pela impermanência, tem uma dinâmica não fixa), fluidez (em suas variadas formas de apropriação) e fugacidade (a velocidade de sua dinâmica, em fluxos que determinam a lógica das cidades). A praia, tornando-se parte da cidade, apresenta-se como um dos seus espaços de lazer e consolida-se como uma possibilidade de liberdade em relação a dinâmica exaustiva da cidade. O praiano, sobre o qual se afirma possível qualificar cidades, estilos e pessoas, e que é comumente entendido como despojados, livres e leves, ao ser analisado no âmbito da cidade, pode ser reconhecido pela ressonância do urbanismo em sua realização, sendo compreendido pela ressonância que estabelece com o urbano. A noção de estilo é repensada a partir da noção de design. Desta forma, o “estilo praiano”, ou “estilo de vida praiano”, revela-se enquanto um redesign do urbano, pelo que se observou que tais estilos se apresentaram não tão despojados quanto são imaginados, nem tão livres e, portanto, não tão leves.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19130-f2d2efc73e