Banca de DEFESA: ANA AMÉLIA GAMA DE BARROS
19/01/2016 09:50
O uso de fertilizantes de liberação controlada constitui-se em uma das modernas técnicas na
agricultura. O objetivo deste estudo foi elaborar um produto de liberação controlada de
nitrogênio (PLCN) a partir da mistura de ureia com vermiculita encapsulada em derivado
celulósico, obtido por extrusão e avaliado quanto ao seu potencial de liberação controlada de
nitrogênio. Caracterizações estruturais e químicas dos componentes e da mistura, assim como
a cinética do processo de liberação controlada do nitrogênio em meio aquoso foi estudada por
meio da difusão do nitrogênio a partir de medições periódicas do teor de nitrogênio total no
meio difusor, determinado pelo método de Kjeldhal. Os teores de ureia e vermiculita
empregados na mistura foram de 30% e 70% em massa, respectivamente, e o gel de derivado
celulósico utilizado no encapsulamento contendo 1% em massa de carboximetilcelulose
(CMC) em 99% em massa de água. A caracterização química da vermiculita e da mistura em
estudo foi realizada por meio da análise de energia dispersiva, utilizando um espectrômetro de
Raios X (EDX), que mostrou a presença de óxidos de silício, de magnésio e de alumínio,
principalmente, e a ausência de metais pesados, com exceção do ferro. As morfologias da
vermiculita e do PLCN foram analisadas por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV),
onde se observou que a estrutura lamelar compacta da vermiculita disposta em blocos de
camadas sobrepostas, típicos de argilominerais, permaneceu no PLCN. As capacidades de
troca catiônica (CTC) da vermiculita e do PLCN obtidas pelo método proposto por Farkaš et
al. (2005), através da medida da concentração do deslocado dos sítios de troca, foram de
124,6 cmolc·dm-3 e 52,95 cmolc·dm-3, respectivamente, sugerindo que houve troca catiônica
durante a obtenção do PLCN. A incorporação da ureia na vermiculita no PLCN foi
confirmada por análise espectroscópica de infravermelho com Transformada de Fourier
(FTIR), nas bandas de absorção de 3480 e 3349 cm-1 que correspondem à vibração assimétrica
e simétrica dos dois grupos N─H, respectivamente, e por Difração de Raios X (DRX) com
pico de difração a 22,31°, que corresponde ao espaçamento interplanar de 3,99 Å, típico da
ureia, não existentes nas análises de FTIR e DRX da vermiculita. Testes do PLCN no cultivo
do quiabeiro (Abelmoschus esculentus (L.) Moench) mostraram excelente desempenho e
potencial para ser utilizado na horticultura.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19100-31f4b06bdf