Banca de DEFESA: HAIANE PESSOA DA SILVA
16/12/2015 12:54
Os acampamentos rurais são territórios construídos em sua maioria nas margens das rodovias como forma de manifestação dos movimentos sociais contra a estrutura agrária brasileira pautada na concentração fundiária. Contudo, essa realidade transitória que deveria assentar as famílias acampadas está se consolidando por vários anos, fazendo com que a permanência demorada nestes lugares influencie a forma dos sujeitos se relacionarem com o ambiente, uma vez que são criadas situações de pré-assentamentos, onde os acampamentos estão se consolidando por mais de 10 anos devido às distintas situações, entre elas o processo de burocratização do estado. Essa realidade instigou o presente estudo que objetiva analisar como se configuram as relações socioambientais nos acampamentos rurais, utilizando-se das categorias território (contribuindo para discussão sobre as relações de poder intrínsecas a essas formações) e lugar, uma vez que auxiliou a traçar a identidade dos sujeitos acampados. Portanto, os três acampamentos rurais formados na fazenda São João em Itaporanga D’Ajuda/ SE, cujos nomes são Coluna Prestes, João Pedro Teixeira e Apolônio de Carvalho serviram de subsídio para o trabalho empírico. Esses acampamentos apresentam tempos de formação diferenciados, variando de 4 a 14 anos. Deste modo, foi feito a adoção de três abordagens de investigação: Teórica conceitual, descritiva analítica e comparativa. Como percurso metodológico, foi realizado estudo bibliográfico sobre o processo histórico de formação da estrutura agrária brasileira buscando ressaltar o que motivou a criação e consolidação dos movimentos sociais no campo, sobretudo do MST. Outrora, paralelo a essa questão o trabalho de campo possibilitou descrever como se estabelece a relação socioambiental que envolve o homem como extensão do meio ambiente. Para tanto, tivemos como percurso metodológico o registrado dos relatos dos acampados por meio de entrevistas semiestruturada, conversas informais, anotações em diário de campo, observações e a caminhada transversal. Neste sentido, esse estudo permitiu identificar o cenário de sociabilização e luta, envoltas em regras e condutas que fazem dos sujeitos acampados um personagem híbrido (ora rural, ora urbano), ao passo que os acampamentos estão passando por um processo de mudança na sua conjuntura de organização e de estruturação.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19100-31f4b06bdf