Banca de QUALIFICAÇÃO: MÁRIO JORGE SILVA SANTOS
04/12/2015 08:26
A Região Metropolitana de Aracaju, criada pela Lei Complementar Estadual nº 25, de 29 de dezembro de 1995, é composta pelos Municípios de Aracaju, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão, possuindo uma população estimada de 835.654 habitantes (IBGE, 2010). Nesta região legalmente constituída, a urbanização é resultado do processo de desenvolvimento socioeconômico, pautado no regime de posse e uso da terra e na herança de uma sociedade tradicional, apresentando forte desigualdade socioespacial, em razão de fatores de ordem histórica, econômica, cultural e espacial que (re) definem as relações sociais em todo o território. A concentração da renda e a permanência na cidade de um elevado contingente de população empobrecida acentuam as diferenças na região. Problemas urbanos, definidos localmente como ocupações em terrenos públicos e privados, loteamentos irregulares e crescimento da população empobrecida, são partes integrantes da complexa realidade social, restritas a uma parcela da população local que convive diariamente em territórios segregados e definidos pelos agentes produtores locais. Neste sentido, esta pesquisa tem como objetivo analisar a segregação socioespacial na Grande Aracaju a partir das relações de poder estabelecidas na dinâmica do Estado e do capital na produção do espaço urbano da região metropolitana de Aracaju apontando as contradições. Para isso levamos em efeito a análise da atuação dos agentes produtores (poder público, os promotores capitalistas imobiliários e os grupos segregados), cujo foco é o entendimento da configuração regional, considerando o espaço urbano e a distribuição dos grupos sociais. Parte-se do pressuposto de que foram cristalizados processos de ordem econômica, social e política, que se refletem no espaço socialmente segregado na interface da ação do Estado através das políticas públicas de habitação e da ação do capital financeiro imobiliário. Julgamos que a ação do poder público estadual e municipal aliados à do capital imobiliário, desde o início, revestiu-se de um caráter definidor de região metropolitana como um espaço segregado socialmente e, para comprovar essa tese, buscamos verificar a hierarquia socioeconômica na ocupação do espaço urbano-regional pela população, que se reproduziu a partir da própria produção capitalista do espaço, desigual e combinado.
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