Banca de QUALIFICAÇÃO: KARLA CHRISTIANE RIBEIRO TANAN
03/12/2015 12:29
O presente Projeto de Pesquisa tem como proposta, analisar o processo da
monopolização da terra pelo capital nos territórios camponeses, com a inserção do
Grupo Michelin no município de Igrapiúna- Bahia. O governo do estado da Bahia
lançou no ano de 2013 o programa de desenvolvimento do setor da borracha natural
(PRODEBON), anunciando como finalidade a perspectiva de tornar-se autossuficiente
na produção de borracha natural. Destaca-se que a expansão do capital no campo ganha
expressividade com as políticas neoliberais que reforçam um pacto entre o capital
industrial e os proprietários de terras, consolidando o modelo do agronegócio. O sistema
sócio metabólico do capital funciona induzindo sempre maior intensidade à ampliação
da produção de mais valor. No processo de monopolização do território, os camponeses
não são expropriados da terra, mas o capital utiliza-se desse artifício para extrair maior
renda da terra. Esta pesquisa fundamenta-se epistemologicamente no método do
materialismo histórico dialético, como forma de compreender as contradições existentes
no modo de produção capitalista a partir da monopolização de terras camponesas para a
produção de seringueiras, ou seja, analisar o movimento do capital nas implicações da
relação formas de trabalho e renda da terra. Verifica-se que a produção de seringueiras
está atrelada ao circuito do capital: produção, circulação, distribuição e consumo, em
dimensão multiescalar, local – global. O campo brasileiro vem sendo conduzido, a partir
de políticas públicas/privadas que reforçam a manutenção da desigualdade, e da
expropriação e/ou da sujeição dos sujeitos do campo.
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