Banca de QUALIFICAÇÃO: LUIZ ANDRÉ MAIA GUIMARÃES GESTEIRA
03/12/2015 12:22
O município de Barra dos Coqueiros/Se vem sendo cenário nas duas últimas décadas de
um crescente processo de especulação turístico-imobiliária, atrelado a destacados
investimentos do Estado e da iniciativa privada, em sua infraestrutura turística,
produzindo metamorfoses espaciais. Reflexo de um processo de caráter mundial,
inscrito na perspectiva local a partir da necessidade incessante de expansão e ampliação
do lucro capitalista, pela qual, o capital com a mediação do Estado, vai buscando com
base em seus ajustes espaciais, em sua fluidez e flexibilidade, no contexto das crises,
adaptar ou inserir novas áreas em sua lógica de reprodução sociometabólica. Esses
ajustes espaciais tem se mostrado potencialmente perversos, uma vez que, a aliança
Estado-capital, na perspectiva de viabilizar a exploração desse espaço, cria ao apropriar-
se continuamente de novas áreas, uma série de vicissitudes às comunidades tradicionais
que vivem em seus territórios – na nossa pesquisa, representadas, sobretudo, pelas
catadoras de mangaba do município - na medida em que, em sua produção do espaço o
capital vai gradativamente expropriando o camponês de seu meio de produção de vida, a
terra. Fenômeno que se potencializa de forma ainda mais perversa tendo em vista que
esses sujeitos sociais, não tem em geral a propriedade das áreas onde exercem sua
atividade extrativista, promovendo conflitos e contribuindo com a precarização do
trabalho e do modo de vida campesino.
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