Banca de DEFESA: ACÁCIO MILITÃO DE OLIVEIRA
02/12/2015 09:57
A ampliação das áreas ocupadas com cultivos de milho, a inserção de modernos equipamentos agrícolas no processo produtivo e os elevados investimentos provenientes da política oficial de financiamento tem fortalecido o agronegócio no território sergipano. Entretanto, esse processo de modernização da agricultura coloca em discussão diversas questões referentes a degradação ambiental causada pela monocultura aos sistemas físico-naturais. Assim, as transformações socioambientais decorrentes da introdução dessas novas tecnologias no campo justifica os propósitos da pesquisa em curso. Esta investigação cientifica delimita como área de estudo a Sub-bacia do rio Salgado, localizada na porção centro-oeste do estado de Sergipe e tem como objetivo geral analisar os impactos ambientais ocasionados pelo avanço do agronegócio do milho em seu território no período 2003/2013. A pesquisa fundamenta-se na concepção sistêmica de análise da paisagem e na apropriação do espaço como categoria específica da geografia. Para a concretização dos objetivos propostos utilizaram-se diversos procedimentos metodológicos associados a diferentes etapas, destacando-se o levantamento bibliográfico e de documentos, a produção cartográfica, a realização de entrevistas e o trabalho de campo. Entre outros resultados, verificou-se que os indicadores de modernização agrícola considerados na pesquisa mostram a tendência de expansão das áreas de cultivos na sub-bacia. Esta ampliação das plantações respalda-se no fortalecimento das vendas de produtos agrícolas, na aquisição de novas máquinas e implementos, na provável elevação do número de financiamentos bancários, na produtividade das lavouras e na garantia de mercado para comercialização do milho, pois tendo em vista este fortalecimento do agronegócio pressupõe-se de forma análoga a intensificação dos impactos ambientais e a consequente fragilização do sistema ambiental físico. Além disso, a presença da biotecnologia e das modernas máquinas agrícolas reflete a imagem do setor agropecuário como altamente inovador no âmbito econômico, mas permanecendo resistente no aspecto socioambiental. Esta contradição reitera, por um lado, à concentração da terra e a manutenção das desigualdades sociais no campo, e por outro, reafirma o caráter economicista da produção agrícola que implica em estabelecer estratégias voltadas ao aumento da produção e da rentabilidade das lavouras. Assim, diante da configuração atual do espaço rural da sub-bacia percebe-se a impossibilidade de retorno ao sistema tradicional de cultivos, e por isso se questiona a "obrigatoriedade" da sociedade pagar o preço dos impactos ambientais proporcionados pelos produtores de milho.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19032-7126ccb4cf