Banca de QUALIFICAÇÃO: CARLOS RODOLFO TAVARES DE GOIS
10/09/2015 11:20
A hipertrofia adenotonsilar (HAT) parece ser mais frequente e com tendência a prolongar-se em crianças com anemia falciforme (AF), o que traz um impacto negativo na medida em que aumenta a recorrência de faringites e leva a distúrbios respiratórios do sono (DRS), elevando assim o risco de polimerização da hemoglobina S e, consequentemente, fenômenos vasoclusivos e outras complicações. O objetivo do trabalho foi estudar a associação entre AF e HAT em crianças de dois a seis anos de idade. Trata-se de um estudo observacional analítico, constituído por um grupo-estudo composto por crianças com AF, e de um grupo-controle formado por crianças sem a referida doença. Todas as crianças foram submetidas a orofaringoscopia com luz frontal e vídeo-endoscopia nasal, enquanto os pais e/ou responsáveis responderam as questões da subescala de DRS da Escala de Distúrbio do Sono em Crianças (ESDC). Doze crianças do grupo-estudo (24,49%) e oito crianças do grupo-controle (22,8%) apresentaram HAT, não havendo diferença significativa entre as frequências nos dois grupos (p=0,074). Não houve associação com o gênero nem no grupo-estudo (p=0,282), nem no grupo-controle (p=0,427). Também não houve associação entre HAT e idade em nenhum dos grupos (p=0,481 no grupo-estudo e p=0,448 no grupo-controle). Quanto à associação entre o escore da subescala de DRS da EDSC e a presença ou não de HAT, encontrou-se significância estatística no grupo-estudo (p=0,011), mas não no grupo-controle (p=0,06). Concluiu-se que A HAT não esteve associada à AF em crianças pré-escolares na amostra estudada; a subescala de DRS da EDSC apresentou-se como um instrumento útil para a suspeita diagnóstica de HAT em crianças com AF; não houve associação entre gênero e HAT; e não houve uma idade com maior frequência de HAT em nenhum dos grupos estudados.
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