Banca de DEFESA: RUTH PAES RIBEIRO
12/08/2015 16:59
Esta dissertação analisa as (medi) ações mobilizatórias de um grupo de lideranças quilombolas no estado de Sergipe. Através de inserções etnográficas nos eventos e situações bem como nos espaços de reuniões mensais para a organização da "Coordenação Estadual do Movimento Quilombola" observa-se a (pré) existência e (re) formação de uma rede de atores, agências e “coisas” em torno da política pública voltada para os chamados quilombolas no estado. A visualização da rede através dos eventos nos permite notar um conjunto de interesses, obrigações e práticas que elucidam discrepâncias de poder e interesses variados. A pesquisa pôde demonstrar que a inserção dos chamados quilombolas nos espaços de disputa por direitos sociais, os impulsiona à difícil tarefa de “organizarem-se politicamente” aonde a identidade quilombola atua como elemento reorganizador do espaço de atuação política por onde circulam. À medida que isso ocorre, a cadeia de relações complexas aonde são levados a atuar desde o início da assunção identitária – com ONGs, órgãos públicos, partidos, documentos, setores da igreja católica, movimentos sociais, símbolos, recursos, etc. – modifica-se, na medida em que a relação com cada ator-rede ou com o que este representa, é, agora, (re)discutida e estranhada dentro do grupo de lideranças quilombolas que investigamos. O pano de fundo de nosso trabalho argumenta que o alcance dos direitos sociais no formato da política pública para os chamados quilombolas no estado de Sergipe não encontra em uma legitimidade étnica sua efetivação, mas sim, através de uma organização “entre eles” e paralela articulação com a rede quilombola que são impelidos a negociar.
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