Banca de DEFESA: POLLYANNA ALVES SECUNDO WHITE
24/07/2015 11:22
A adiposidade é um grave fator de risco e está relacionada diretamente ao desenvolvimento de diversas doenças crônicas, em especial a obesidade e o diabetes tipo 2. Diversas pesquisas têm sido conduzidas a fim de desenvolver novas drogas anti-obesidade por meio de fontes à base de plantas, favorecendo a minimização de reações adversas normalmente associadas às drogas mais comumente utilizadas. Estudos prévios com o extrato aquoso da Chrysobalanus icaco (AECI) demonstraram redução dos níveis de glicemia e prevenção do ganho de peso e acúmulo de gordura no fígado de camundongos. O objetivo dessa tese foi de desenvolver meios de estudo para o desenvolvimento de novas terapêuticas e investigar o papel do AECI e da rutina nos respectivos modelos de obesidade e resistência à insulina. O primeiro capítulo trata da ação do AECI no perfil adiposo e glicêmico de camundongos obesos induzidos por dieta hiperlipídica. Para isso, 34 camundongos C57BL/6J machos foram aleatoriamente designados à dieta padrão ou à dieta hiperlipídica e posteriormente tratados com o AECI em duas concentrações, 0,35 mg/mL e 0,7 mg/mL. Consumo, eficiência energética, eficiência metabólica, peso corpóreo, peso dos coxins adiposos, lipídios séricos, excreção fecal lipídica, atividade locomotora, sensibilidade à insulina e tolerância à glicose foram avaliados ao final do experimento. Os resultados mostraram que o AECI em sua menor concentração promoveu o aumento da atividade locomotora (p<0,01) e massa muscular (p<0,05), redução da massa adiposa (p<0,01), dos níveis de triglicérides sanguíneos (p<0.05) e excreção fecal de lipídios (p<0.01), e, normalizou a sensibilidade dos tecidos à ação da insulina (p<0.05) e tolerância à glicose (p<0.05). Por outro lado, o AECI em sua maior concentração promoveu aumento do consumo (p<0.0001 SCA vs SC e p<0.0001 HFA2 vs. HFD) e da eficiência energética (p<0.05 SCA vs SC e p<0.05 HFA2 vs. HFD), não favorecendo, dessa forma, à perda de gordura corporal e homeostase glicêmica. Esses achados indicam que o AECI, em concentrações menores, pode prevenir o armazenamento de gordura ou favorecer o gasto energético, em parte, por meio do aumento da atividade locomotora, promovendo também normalização da sensibilidade à ação da insulina e tolerância à glicose. Esses efeitos podem estar ligados à atividade antioxidante do extrato e seu conteúdo polifenólico. O segundo capítulo trata do desenvolvimento de um modelo de células neuronais resistentes à ação da insulina TNF-α induzida e investigação da ação da rutina sobre esse modelo. Neste trabalho células N2a foram tratadas com TNF-α, rutina ou veículo por 30 minutos e em seguida estimuladas com insulina ou veículo por 15 minutos. Foi extraído o lisato de proteínas e quantificada a Akt fosforilada e total, assim como a IkBα total por meio de Western blot. Os resultados mostraram degradação da proteína IkBα em 64.2% (p<0.05) e redução significativa da fosforilação da Akt em 36.1% (p<0.001) após estimulação com TNF-α. A rutina, por sua vez, não foi capaz de prevenir a ativação da via NF-κB, entretanto tendeu a minimizar a atenuação da fosforilação da Akt induzida pelo TNF-α. Esses dados indicam que o TNF-α gerou um modelo de resistência insulínica mediada por inflamação em células N2a. Ademais, a rutina pode contribuir com a ativação da via Akt na minimização dos dados causados pelo TNF-α.
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