Banca de QUALIFICAÇÃO: LUIS ANTONIO DA CUNHA VIANA NETO
10/07/2015 09:53
Misturas cimentícias com agregados reciclados de resíduos de construção e demolição (RCD) têm sido estudadas e aplicadas em obras de construção civil. A variabilidade das propriedades desses agregados torna-se relevante, quando se pretende substituir agregados naturais por reciclados. A geração desses resíduos pelas empresas construtoras é uma grave questão, sendo necessário dar-lhes uma destinação adequada. Assim, cresce o número de usinas centrais de reciclagem de RCD, para produção desses agregados. Estas instalações recebem resíduos de várias fontes, cuja diversidade de composição, a depender da tipologia construtiva e fase da obra, influencia fortemente no comportamento dos agregados para argamassas e concretos. Essas variações de composição levam à diminuição da qualidade do agregado produzido, restringindo-os a aplicações de baixa exigência de desempenho. Esse estudo buscou caracterizar, física, química e mecanicamente, agregados produzidos por uma usina de reciclagem do Estado de Sergipe, tendo como referência a norma NBR 15116 da Associação Brasileira de Normas Técnicas, para aplicação em concretos. Foram feitas duas coletas dos agregados reciclados, com intervalo de seis meses. Foram obtidas três frações granulométricas em cada amostra, sendo denominadas de areia, brita 0 e brita 1. Para cada coleta e preparação das amostras, fez-se a determinação da composição gravimétrica dos agregados reciclados graúdos por análise visual. Para a primeira coleta, os agregados graúdos foram considerados como agregado de resíduo misto (ARM), com percentuais de 54,2% e 16,2%, respectivamente, para os grupos 1 e 2, na brita 0 e, na brita 1, esses percentuais foram de 50,4% e 20,8%. Os materiais mais presentes na brita 0 foram as partículas de argamassa, com 49,8%; cerâmica vermelha, com 20,7% e rochas, com 16,2%. Na brita 1, determinaram-se teores de 36,6% de argamassa, 20,8% de rochas e 17,3% de cerâmica vermelha. Nas britas 1 e 0, respectivamente, detectaram-se os teores de 97,4% e 97,7% de resíduos Classe A, demostrando sua aptidão para a produção de agregados reciclados. Para as duas coletas e suas respectivas frações, foram determinadas as composições granulométricas e as massas específicas reais. Também foram medidos os teores de argila presentes nas frações de areia, brita 0 e brita 1 para os agregados coletados nas duas etapas, alcançando-se valores acima dos limites máximos da norma NBR 15116. Os teores passantes na malha de 75 μm ficaram abaixo dos limites máximos da norma, para as três frações de cada amostra coletada. Determinou-se a capacidade de absorção de água das três frações, para cada material coletado nas duas fases do trabalho e os valores medidos ficaram abaixo dos limites e 12% e 17%, previstos na norma. As frações de agregados foram submetidas aos ensaios de determinação de contaminantes, estando dentro dos padrões da norma. Conclui-se que, exceto pela presença de torrões de argila acima do prescrito, os agregados obtidos nas duas coletas estariam aptos à aplicação em concretos não estruturais. O concreto de referência foi dosado, moldaram-se corpos de prova que foram ensaiados, obtendo-se uma resistência média à compressão de 23,37 MPa e 2,67 MPa de para a resistência à tração por compressão diametral.
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