Banca de QUALIFICAÇÃO: ANDRÉA DOS SANTOS DORIA
11/06/2015 11:01
O objetivo dessa pesquisa foi analisar a influência dos contos de fadas na identidade racial de crianças quilombolas e não quilombolas. Pretende-se alcançar esse objetivo através de dois estudos. O presente relatório descreve o primeiro estudo que teve como objetivo traçar o perfil da identidade racial das participantes. A amostra foi composta por 179 crianças brancas, não brancas e quilombolas de ambos os sexos de seis a dez anos. Para averiguar a identidade racial utilizamos o questionário composto de um conjunto de dez perguntas baseadas em França e Monteiro (2002). O estudo revelou que 98% das crianças brancas se auto-categorizam como brancas, enquanto no grupo das crianças não brancas houve uma divisão 46,2% se auto-categorizam como brancas e 53,8% como negras, já no grupo quilombola 69% se auto-categorizam como negras. Quanto à avaliação emocional da pertença, verificou-se que as crianças não brancas gostam pouco/nada 56,3% de sua pertença, enquanto que 66,1% dos quilombolas gostam muito/mais ou menos de sua pertença e das brancas 54,9% gostam muito/mais ou menos. Os achados indicam que crianças quilombolas apresentam maior identificação com o seu grupo étnico em relação às não brancas, e as brancas identificam-se mais comparadas as quilombolas e não-brancas. Esses resultados podem se dever ao reconhecimento e valorizada da identidade das crianças quilombolas por ações de políticas afirmativas, já as crianças brancas têm sua identidade reconhecida e valorizada pela ideologia do branqueamento. Enquanto as crianças não brancas estão num contexto de constante desvalorização de sua identidade racial, e a ausência de ícones negros, sejam eles nos livros didáticos, na literatura, na mídia em situações de valorização e favorecimento os quais possam se identificar reforça o desejo de mudar de pertença.. A pesquisa terá continuidade com um segundoestudo de caráter experimental que terá como objetivo analisar a influência dos contos de fadas que apresentam modelos brancos e modelos não brancos sobre a identidade racial de crianças brancas, não brancas e quilombolas.
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