Banca de QUALIFICAÇÃO: GENIVÂNIA MARIA DA SILVA
13/05/2015 16:31
Com o processo de reestruturação produtiva nas últimas décadas do século XX, várias
transformações foram engendradas no setor produtivo e no mundo do trabalho. Como
expressão deste movimento observa-se a expansão do setor da construção civil em
Sergipe que se desenvolveu em virtude do crescimento da demanda por
empreendimentos imobiliários, pelas facilidades da obtenção do crédito habitacional e
pelas intensas investidas do Estado. Essa realidade contribuiu para o crescimento das
olarias e cerâmicas vermelhas no território sergipano, pois a presença desta atividade
produtiva em vários municípios despertou a atenção do Estado que, embasado no
paradigma do “desenvolvimento” acabou contribuindo para a junção destes
empreendimentos em Arranjos Produtivos Locais. Dessa forma, o Estado passa a atuar
em parceria com o banco para facilitar o acesso ao crédito que subsidiaria esta
concentração, pois o APL de cerâmica vermelha foi fruto de uma nova percepção de
políticas públicas de desenvolvimento, em que o local passou a ser entendido como um
eixo orientador de promoção econômica e social. Na verdade, a comunidade local é
“obrigada” a criar estratégias que fomentem seu auto-desenvolvimento, busque através
da cultura, das potencialidades internas do território e da inovação formas que
viabilizem o desenvolvimento local e sustentável. O Estado transfere para a comunidade
a responsabilidade de fomentar o desenvolvimento local e atenuar as disparidades
sociais e econômicas, pois a proposta é auxiliar com políticas para o desenvolvimento
que em essência assegure a reprodução do capital. Neste sentido, a pesquisa objetiva
analisar a funcionalidade e o processo de espacialização da indústria de cerâmica
vermelha e olarias no território sergipano sustentado pelo conflito capital X trabalho.
Como método, adotamos o materialismo histórico dialético e como procedimentos de
pesquisa realizamos uma revisão bibliográfica buscando dissertações, teses, livros que
auxiliassem na discussão da temática de estudo, como também a busca de dados e
informações nos sites e órgãos como a SEDETEC, ADEMA, SINDICER-SE e aos
órgãos competentes por administrar os APLs em Sergipe. Foram realizados trabalhos de
campo e entrevistas/questionários aos trabalhadores e donos dos empreendimentos,
denotando assim, dados preliminares do objeto de estudo. Buscamos com este trabalho
entender como o discurso do desenvolvimento local e sustentável apoiado na proposta
de inclusão social e econômica nas cerâmicas e olarias de Sergipe tem aprofundado as
desigualdades socioeconômicas, servido para explorar os trabalhadores, a natureza e
para incorporar novos territórios na lógica de acumulação do capital, bem como seus
rebatimentos no espaço geográfico.
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