Banca de DEFESA: LEONARDO MATOS FEITOZA
11/02/2015 10:59
Empossado presidente da Província de Sergipe a 18 de maio de 1881, Herculano Marcos Inglês de Souza tinha a missão de realizar as primeiras eleições provinciais, assim como previa a lei Saraiva. Inglês de Souza, como era comumente nominado, era bacharel em direito, cofundador da Escola do Recife, ao lado de Tobias Barreto, Sílvio Romero e tantos outros. Importante liderança do Partido Liberal na cidade de Santos, Inglês de Souza desembarcou em Sergipe abarrotado de um conjunto de ideias novas, muito próprias daqueles agitados tempos. Municiado dessas ideias, o então presidente, iniciou uma significativa reforma na administração pública, com destaque a reformulação da Instrução. Entre os pontos mais polêmicos da reforma instrucional, estava o fim das cadeiras de ensino religioso e a criação das cadeiras mistas na Escola Normal. Esse processo tornou-se o estopim para a eclosão de um conjunto de tensões que já viam erigindo-se entre o presidente e outros atores políticos locais, levando o padre Olympio Campos, pároco da capital, a desqualificar publicamente o presidente e sua reforma. Nesse sentido, utilizando do conflito como recurso metodológico para termos acesso aos sujeitos envolvidos na trama social e os problemas que eram latentes naquela sociedade, buscando desvelar o tecido social engendrado do presidente Inglês de Souza e o que estava por traz da reforma que o mesmo implementou em Sergipe. Trabalhando na perspectiva da história cultural e nos domínios das ideias, faremos uso dos instrumentos metodológicos advindos da nova história narrativa, em um jogo de variação da escala de observação que muito nos é influenciada pelos micro-historiadores, o que nos faz entender o passado através de indícios, sinais e sintomas aparentemente imperceptíveis.
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