Banca de DEFESA: WODIS KLEBER OLIVEIRA ARAUJO
06/02/2015 11:29
O município de Feira de Santana é atípico, em relação aos demais municípios do interior baiano, por apresentar uma dinâmica socioeconômica e um crescimento populacional similar à de uma capital de estado. Os vetores da nova reorganização espacial pós 1970, em especial a instalação do Centro Industrial Subaé (CIS), reconfigura a cidade de Feira de Santana, outrora praça de gado e rotas de boiadas, de currais e da grande feira-livre, em uma cidade industrializada e de comércios e serviços, que passa a figurar como importante polo financeiro e comercial, no interior do estado da Bahia. O crescimento populacional e sua demanda por moradia, oriundos dessa nova realidade, avançou sobre a área rural provocando mudanças estruturais na relação campo-cidade e recriando ruralidades, exigindo uma mudança na perspectiva de análise do espaço rural do município. A abordagem utilizada neste trabalha está focada nas relações de reprodução camponesa e suas contradições a partir da apropriação da renda da terra sobre a lógica capitalista e como a relação campo-cidade possibilita a criação de novas dinâmicas socioeconômica nas áreas rurais do município. A análise realizada explicitou um conjunto de forças estruturais que atuam no espaço rural, oriundas de várias fontes e em espacial do Estado e da dinâmica do capital urbano, implementadas por agentes diversos. A análise da renda da terra, permitiu compreender as práticas locais em relação ao monopólio da terra e a sujeição da renda camponesa ao capital. Isso permitiu traçar um perfil socioeconômico, como também diagnosticar a condição atual do camponês, enquanto produtor rural, baseado na sua força de trabalho na terra, assim como a intensa ocorrência de trabalho acessório. Ainda, foi realizou-se uma avaliação de quais políticas públicas estão sendo acessadas pelos camponeses e como elas contribuem para a reprodução social dos mesmos, ainda que de forma subordinada ao capital, uma vez que ocorre, contraditoriamente, a apropriação da renda da terra em detrimento da demanda por lotes urbanos na acirrada relação campo-cidade no município de Feira de Santana. Assim, fez-se necessário mudar a perspectiva de análise do espaço rural do município, o que poderá contribuir para a elaboração de políticas públicas que favoreçam a reprodução e permanência das famílias camponesas e da sua complexidade na atualidade.
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