Banca de QUALIFICAÇÃO: JORGE ENRIQUE MONTALVÁN RABANAL
05/12/2014 09:48
O trabalho estuda o território camponês a partir da conflitualidade alimentada pelas contradições e desigualdades
instaladas no campo sergipano. Como o território se realiza através da conflitualidade perene das classes sociais,
é analisado nesse estudo, como o movimento de territorialização-desterritorialização-reterritorialização (TDR) do
campesinato e como a agroecologia se constitui em uma estratégia de resistência na defesa do território. O processo
geográfico denominado T-D-R (territorialização-desterritorialização-reterritorialização) avança na compreensão da
multiterritorialidade, onde se observa os processos integralizadores, que também são excluidores e ressocializadores,
mas em nada se aproximam do cenário desenhado para movimentos populares e comunidades rurais que procuram
um desenvolvimento sustentável sem criar oposições com a perspectiva consensual que caminha na direção de um
desenvolvimento territorial para o mercado. O avanço agroecológico está na construção de uma proposta territorial,
no qual o manejo do sistema agrário implica uma análise da ecologia de paisagens, das relações de poder e outras
dimensões, que vão muito mais além do que a análise de uma unidade produtiva isolada. Trata-se da identificação
de experiências agroecológicas camponesas, que estão dispersas, de modo que estas consigam subsidiar uma
reconversão produtiva. Para obter êxito permanente na territorialização do campesinato a partir das práticas
agroecológicas, o trabalho aponta a necessidade de apoiar-se em conhecimentos e habilidades locais, preconizando
o envolvimento dos camponeses na formulação da agenda de investigação e na participação ativa do processo
de inovação e disseminação tecnológica através da metodologia camponês a camponês, focada em compartilhar
experiências e na solução de problemas organizativos e produtivos. O estudo foi realizado no Sul Sergipano, mais
precisamente nas cidades de Estância e Santa Luzia do Itanhy, onde se analisa a conformação de uma rede de trocas
de experiências agroecológicas como estratégia de resistência e fortalecimento do território camponês agroecológico.
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