Banca de QUALIFICAÇÃO: ELIZABETH DIAS DE SOUZA CINTRA
22/08/2014 11:26
Esse trabalho propõe um modelo cultural de leitura bem como uma prática de ensino de literatura calcada na busca pelo letramento literário, para alunos do Ensino Fundamental, com enfoque no tema “Violação dos direitos da criança e do adolescente”, no intuito de fazer uma crítica social à situação de negligenciamento sofrida por meninos e meninas o que acaba por ser um fio condutor para o abandono, privações e exposição a riscos. É no ambiente escolar que discussões e questionamentos acerca desse tema devem ser suscitados, visando não só a quebra do silêncio dos que sofrem com tal estado de coisas, mas também proporcionar uma mudança de comportamento e a desconstrução de atitudes naturalizadas num binômio- adulto x criança que em nada concorrem para uma sociedade justa e igualitária. Para tanto, a literatura é um campo fértil e prazeroso para tratar essa questão sem contudo querer impor nenhuma visão. Aqui se busca antes um diálogo aberto em que o leitor possa fazer inferências, atualizar o texto ao traçar um paralelo entre o que está explícito com as vozes subjacentes, silenciadas que estão à espreita para emergir com sua voz contestatória. Ao mesmo tempo, buscar-se-á fazer uma leitura comparativa do que é assegurado no ECA com a representatividade da violação desses direitos nos textos literários e também na vida real. Isso só vem a contribuir para que passemos de um estado passivo de recepção do texto para um estado de atualização e de atribuição de novos significados do que está sendo representado nele. Como aparato teórico, foram utilizadas concepções sobre ensino de literatura e leitura calcadas nos postulados de Cosson (2011), Cândido (2011), Dória (2008), Viegas (2012), Werneck (2010), Gomes (2012), Zilberman (2012); além dos estudos sobre violência contra crianças e adolescentes pautados em Vicente Faleiros e Eva Faleiros (2007) bem como nas concepções e orientações a respeito dos direitos do público infanto-juvenil estabelecidos pelo Estatuto da criança e do adolescente (1990).
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