Banca de DEFESA: JOSÉ FRANCISCO GOMES DOS SANTOS JÚNIOR
02/07/2014 14:48
O estudo da Caatinga é um dos maiores desafios para pesquisadores do nosso país. Atualmente existem “ilhas” preservadas de Caatinga em toda sua extensão territorial original, e ambientes assim fragmentados acarretam em perda de biodiversidade. Trabalhos de análises faunísticas possibilitam avaliar o impacto ambiental, sendo frequentemente realizados com insetos. No grupo de insetos bioindicadores, os escarabeíneos são detritívoros que se alimentam de fezes, carcaças e frutos em decomposição, auxiliando na ciclagem de nutrientes e demais serviços ecológicos. Portanto, objetivou-se realizar uma análise faunística dos escarabeíneos que ocorrem na Caatinga do Estado de Sergipe. Foi estudada a variação na comunidade de escarabeíneos em áreas de Caatinga sob dois diferentes estágios de preservação (protegida e antropizada) e também a variação dos escarabeíneos em três tipos de iscas. O estudo foi realizado no MONA Grota do Angico, localizado no município de Poço Redondo, Sergipe, no período de Dezembro de 2012 a Novembro de 2013, em duas áreas de Caatinga: preservada e degradada. Foram demarcados dez pontos em cada área, com 200 metros de distância de um ponto ao outro. Em cada ponto foram colocadas três armadilhas de queda pitfall com as seguintes iscas: fezes, banana e carne. Foram amostrados 597 indivíduos distribuídos em doze espécies e onze gêneros. A espécie com maior amostragem foi Deltochilum verruciferum que correspondeu a 80% dos indivíduos, sendo o único táxon classificado como comum, ocasionando baixa equitabilidade no estudo. Malagoniella astyanax punctatostriata e Canthon mutabilis tiveram, cada uma, apenas um exemplar coletado, durante todo o estudo na área inicial. Dichotomius nisus apresentou maior número de indivíduos amostrados na área inicial. A diversidade entre as áreas não se mostrou significativamente diferente pelo índice de Shanon, mas de acordo com o de Simpson, a área inicial teve uma maior diversidade. O Jacknife demonstrou que as duas áreas possuem valores maiores que os estimados. As áreas não se diferenciaram em riqueza, porém a área intermediária, com 388 indivíduos, teve maior abundância de escarabeíneos que a área inicial, com 209 indivíduos coletados. Não houve correlação entre a pluviosidade mensal e a abundância de escarabeíneos. Com relação às iscas, sempre a isca de fezes apresentou maior abundância e riqueza destes besouros, se comparada às iscas de banana e carne.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19110-7eaa891a10