Banca de DEFESA: JOAO PAULO DORIA DE SANTANA
05/05/2014 10:57
O presente relatório de pesquisa tem como finalidade analisar os nexos e determinações entre a autoalienação do trabalho e o trabalho docente do professor - pesquisador em pós-graduação stricto sensu na Universidade Federal de Sergipe. Nos valemos do materialismo histórico – dialético como base explicativa e método de pesquisa, pois nos permite compreender a realidade por meio de suas contradições, em sua totalidade, do todo sincrético e difuso, ao todo organizado no pensamento, através da capacidade humana de abstração. Nossas fontes empíricas foram os relatórios de gestão da Universidade Federal de Sergipe, dentre os anos de 2004 a 2012; entrevistas com professores – pesquisadores vinculados ao corpo docente dos cursos de Mestrado e Doutorado do PPGED, regularmente vinculados aos seus respectivos departamentos e os cadernos de indicadores CAPES da produção docente do PPGED entre os anos de 2004 e 2012. Levantamos a hipótese de que, conforme o ordenamento legal proposto para as universidades públicas brasileiras nos últimos anos em nível de graduação e pós-graduação, em especial o REUNI e as diretrizes da CAPES, respectivamente, apontamos para um processo específico, resultante da autoalienação do trabalho, a saber, a alienação do trabalho docente do professor – pesquisador, se manifestando por meio da precarização e intensificação de seu trabalho. Na pós – graduação, os produtos do trabalho do professor – pesquisador, terão como fim os requisitos avaliativos da CAPES. As metas finais tornam-se elementos centrais de seu trabalho, que por sua vez nega-o, pois o tempo da produção de conhecimento está inserido na lógica empresarial, mercadológica, levando o professor ao esgotamento físico e intelectual. Através da análise de nossas fontes empíricas, mediada pelo instrumental teórico, apontamos que a expansão da UFS (aumento de 209% nas matrículas) não veio acompanhada de uma proporcional crescimento no quadro docente (76%), o que resultou num aumento da razão professor x aluno, além de uma redução (31,6%) no número de técnicos administrativos por funções docentes em exercício. Ao analisar os relatos dos professores entrevistados, reafirmamos nossas hipóteses de que a precarização e intensificação são expressões da alienação do trabalho docente, mas que também se expressam nas relações do professores com as políticas e imposições do governo federal para as universidades. As longas jornadas de trabalho que ultrapassam os tempos e espaços institucionais, a precarização das condições de trabalho, com ausência de materiais e espaços, que são cada vez mais conquistados por meio de financiamento externo, obtidos mediante a editais, além das disputas internas, mediadas por relação de poder ou “status”, são características da especificidade da alienação do trabalho docente.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19130-f2d2efc73e