Banca de DEFESA: MARA LÚCIA CARRET DE VASCONCELOS
21/02/2014 13:56
O estado atual de degradação de grande parte dos acervos arqueológicos tem comprometido as pesquisas e a salvaguarda destes bens. Destas problemáticas vêm surgindo iniciativas que buscam a modificação das práticas atuais de preservação dos acervos arqueológicos, como o trabalho de campo do sítio Charqueada Santa Bárbara (Pelotas, RS, Brasil), vinculado ao projeto de pesquisa O Pampa Negro: Arqueologia da Escravidão na Região Meridional do Rio Grande do Sul (1780-1888), que reuniu uma equipe multidisciplinar a fim de dialogar a respeito da práxis de cada área e pensar de forma conjunta soluções adequadas para um melhor gerenciamento e salvaguarda dos acervos arqueológicos. No âmbito da conservação, foram elaborados e testados em campo e em laboratório protocolos de intervenção preventiva e curativa a campo das distintas tipologias de materiais. Dentre as tipologias materiais recuperadas na escavação, os objetos metálicos, em especial os de ferro, estão entre aquelas mais suscetíveis à deterioração decorrente do processo de desenterramento, em função da velocidade em que ocorrem os processos corrosivos e da complexidade dos produtos decorrentes destes. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa foi analisar, a partir de um estudo da interface entre Conservação e Arqueologia, de que forma os procedimentos de conservação realizados em campo e em laboratório nos artefatos metálico-ferrosos contribuíram para a preservação dos acervos arqueológicos. Almejou-se verificar as intervenções que possibilitam a melhor conservação da cultura material de origem arqueológica e da informação associada, e difundir a necessidade de uma maior integração entre os especialistas das áreas relacionadas à salvaguarda do patrimônio arqueológico. Concluiu-se que as práticas de conservação auxiliam diretamente na preservação dos acervos arqueológicos, em suas instâncias material, documental e simbólica. O conservador vem se configurando, portanto, como mais um gestor destes bens, em uma atuação que, cada vez mais, se torna indispensável ao gerenciamento do patrimônio arqueológico.
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