Banca de DEFESA: NAIARA ARAUJO DA COSTA
03/02/2014 09:21
A erva-sal é uma espécie C4 extremamente tolerante aos solos e às águas salinas e possui boa capacidade de acumular quantidades de sais em seus tecidos, servindo também como potencial forrageiro. Portanto, é um excelente material para a identificação de mecanismos fisiológicos e bioquímicos envolvidos na resistência à salinidade. O objetivo deste trabalho foi avaliar as respostas ecofisiológica e bioquímica de erva-sal sob níveis crescentes de NaCl. As plantas foram cultivadas em vasos mantidos em casa de vegetação e irrigadas a cada 2 dias nas concentrações 0, 150, 300, 450 e 600 mM de NaCl ao longo do tempo. O crescimento (altura e diâmetro do caule), trocas gasosas (assimilação fotossintética de CO2 (A), condutância estomática (gs), concentração interna de carbono (Ci), transpiração (E) e déficit de pressão de vapor entre o ar e a folha (DPVfolha-ar)), teor relativo de clorofilas (Chl a, Chl b, Chl total e relação Chl a/b) e teor de prolina nas folhas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5x4, sendo 5 níveis de salinidade e 4 períodos de avaliação (0, 15, 30 e 45 dias), com 5 repetições. Aos 60 dias avaliou-se o efeito dos níveis 0, 150 e 300 mM de NaCl no crescimento, biomassa fresca e seca da parte aérea (caule+folhas) e raiz, trocas gasosas, teor relativo de clorofilas, teor de Na+, K+ e relação Na+/K+ na parte aérea e raiz, e teor de prolina nas folhas. O delineamento experimental foi DIC, sendo 3 níveis de salinidade e 5 repetições. Até os 45 dias a erva-sal apresentou um estímulo do crescimento em todos os níveis de NaCl, sendo 0, 150 e 300 mM de NaCl os que apresentaram maiores valores de altura e diâmetro do caule. Quanto às trocas gasosas a erva-sal apresentou um período adaptativo de 15 dias, seguido de incremento da taxa fotossintética. A salinidade induziu um acúmulo de prolina em todos os níveis de NaCl aumentando com o incremento do estresse. Aos 60 dias estresse salino não induziu diferenças significativas no crescimento das plantas, mas promoveu incremento de biomassa fresca e seca até o nível 300 mM de NaCl. Com o aumento da salinidade a erva-sal acumulou mais Na+ que K+, com maior acúmulo na parte aérea que na raiz, e também de prolina nas folhas. Sob salinidade crescente, a erva-sal desenvolve mecanismos fisiológicos e bioquímicos capazes de assegurar seu crescimento, sendo o nível 300 mM de NaCl o que favorece seu máximo de produção.
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