Banca de QUALIFICAÇÃO: CHIARA ERMINIA DA ROCHA
21/01/2014 14:35
Os medicamentos isentos de prescrição (MIPS) são utilizados nas práticas de autocuidado (automedicação) para o tratamento de sintomas menores, como gripe, diarreia e cefaleia. Contudo, a sua utilização possibilita a ocorrência de efeitos indesejáveis ao paciente. Neste sentido, o farmacêutico deverá informar e orientar o paciente na dispensação, selecionando, criteriosamente, o fármaco mais adequado, avaliando a necessidade da sua utilização e contribuindo para a melhora da qualidade de vida do paciente. Ante ao exposto, o desenvolvimento de protocolos clínicos ajuda o farmacêutico no processo de tomada de decisão em resposta a um sintoma e na indicação de medicamentos isentos prescritos. O presente estudo teve como objetivo geral desenvolver sistema de suporte a decisão clínica dos farmacêuticos no manejo de sintomas menores (SM) com MIPs. Este trabalho foi dividido em 3 capítulos: 1) perfil das intervenções farmacêuticas; 2) percepção dos farmacêuticos comunitários (FC) sobre SM e a automedicação; 3) manejo de SM com MIPs. Para tanto, no capítulo 1, foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados Medline/Pubmed, Scopus, Lilacs, Embase, Scielo, entre janeiro 1980 a agosto de 2010 a fim de subsidiar a realização do estudo. Nesta etapa, apenas nove artigos preencheram todos os critérios de inclusão estabelecidos. Estes estudos demonstraram que o farmacêutico indicou MIPs para o manejo do SM. Foi também notado que dos estudos publicados e analisados, apenas quatro relataram adesão do paciente a orientação do farmacêutico. No capítulo 2, FC foram convidados a participar de uma entrevista semi-estruturada realizada nas farmácias comunitárias de duas grandes redes em Aracaju, no período de Junho a Agosto de 2012. Participaram da entrevista 40 FC. A análise demonstrou que 62,9% dos FC não cursaram na graduação disciplina sobre o manejo de SM. Ao avaliar as respostas dos FC sobre sua atitude frente a automedicação, foi observado que a depender do tempo da queixa eles indicam um tratamento ou encaminham o paciente ao médico. O terceiro capítulo utilizou a metodologia do paciente simulado (PS) com dois casos de SM (mulher adulta com sinusite e mulher grávida com tosse seca e dor nas costelas). As simulações foram avaliadas de acordo com o instrumento desenvolvido pela Farmacopéia dos Estados Unidos (USP) chamado "Medication Counseling Behavior Guidelines" e validado para o português. Participaram da simulação 40 FC, sendo assim realizadas 80 simulações. O tempo de atendimento farmacêutico foi de 91,31 segundos (DP ±68,63). A análise das simulações revelou que 83,3% e 72,5% dos FC recomendaram a visita ao médico para o caso de sinusite e de tosse seca, respectivamente. Foi observado que 45% e 17% dos FC revisaram a solicitação do paciente antes da orientação. Portanto, os FC investigados apresentaram problemas quanto a avaliação dos sinais e sintomas dos pacientes PS, na provisão de informações sobre medicamentos e no suporte ao paciente quanto as dúvidas sobre a farmacoterapia. Tais achados ressaltam a necessidade de mais pesquisas nessa área a fim de qualificar os farmacêuticos sobre a automedicação responsável aplicada aos SM.
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