Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSE DANILO SANTANA SILVA
17/01/2014 11:23
Com o fim do keynesianismo enquanto modelo econômico capaz de superar a crise de superprodução que se estabelecia no final da década de 1970, a mundialização do capital surge como processo de um novo ritmo de acumulação, como uma fase específica do sistema do capital em seu processo de internacionalização e valorização marcada pelo domínio do capital financeiro sobre a esfera produtiva. Nesta direção, o desafio da nossa pesquisa de mestrado consiste em analisar os rebatimentos espaciais da inserção do capital financeiro no campo sergipano, analisar de que forma este gesta o território para extrair direta ou indiretamente frações de mais valor e da renda da terra. Nosso objetivo tem sido identificar as formas e estratégias do capital financeiro para obtenção de lucro, sobretudo, por meio da subordinação da unidade de produção familiar para o processo de acumulação, analisando as ações do Estado na apreensão dialética do movimento de favorecimento ao capital que com esse compõe de forma indissociável e interligada o seu sistema metabólico de reprodução. Com o processo de mundialização, o crédito continua a atuar na economia real, mas deixa de ser proveniente de excedente de capital industrial e começa a operar fora da esfera produtiva. Diferentemente do capital a juros, que está limitado pelo volume disponível de excedente, o capital financeiro pode se multiplicar acima destes limites. Sob a égide do agronegócio, o capital financeiro assume o controle do desenvolvimento do campo brasileiro, perseguindo assim o lucro, a renda da terra, mediante políticas de Estado. Para o desenvolvimento deste estudo, o método do materialismo histórico tem sido o suporte para revelar os processos e contradições do sistema do capital, sobretudo no Território do Alto Sertão Sergipano, onde estão sendo realizadas as pesquisas de campo - o empírico. É importante observar que o capital financeiro se insere no campo não só por meio do financiamento direto da produção e comercialização de mercadorias, a presença do sistema de crédito permeia outras dimensões da renda da unidade de produção camponesa.
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