Banca de DEFESA: LUCAS DE MELO FRANCA
16/01/2014 17:22
Apesar de Sergipe fazer parte da Região Intertropical Brasileira (RIB), a quantidade de espécies registradas para este estado é ainda baixa comparado com outros dessa região. Foram analisados fósseis encontrados em tanques das Fazendas Charco e São José (Poço Redondo) e Fazenda Elefante (Gararu). Além das espécies comumente encontradas como Eremotherium laurillardi, Toxodontinae, Scelidotheriinae e Notiomastodon platensis, este estudo forneceu novos registros fósseis de Smilodon populator, além da identificação de Xenorhinotherium bahiense para o estado; totalizando 13 taxa para Sergipe. Fósseis de E. laurillardi e N. platensis são os mais abundantes dentre os megamamíferos que viveram durante o Pleistoceno tardio na RIB. Entretanto, datações absolutas e análises isotópicas em fósseis ainda são pouco usadas no entendimento da paleoecologia destes animais. As datações indicam o intervalo temporal de existência das espécies em uma região, além de fornecer evidências de sua expansão e prováveis períodos de extinção . A análise de isótopos estáveis (δ13C e δ18O) em ossos e dentes fossilizados fornecem resultados relevantes sobre paleodieta e dados abióticos existentes nos hábitats destes animais. Assim, análises cronológicas e isotópicas em amostras de fósseis de E. laurillardi e N. platensis provenientes da Fazenda São José (município de Poço Redondo, Sergipe) foram realizadas contribuindo para o conhecimento sobre a cronologia destes megamamíferos na RIB, além de caracterizar suas paleodietas e o ambiente no qual viveram durante o Pleistoceno final. Os resultados indicaram que N. platensis ocorreu entre 12,125 até 19,823 cal yr BP, apresentando uma dieta pastadora (δ13C = -1,3 ‰ a -0,2 ‰), enquanto E. laurillardi ocorreu entre 11,084 até 13,581 cal yr BP, com dieta generalista (plantas C3/C4; δ13C= -7,7 ‰ a -3,3 ‰). Os valores de δ18O de N. platensis variaram entre 31,1 ‰ a 34,7 ‰, enquanto de E. laurillardi variaram de 27,7 ‰ a 29,7 ‰. Conclui-se que estas espécies permaneceram com a mesma dieta ao longo do tempo, permitindo a interpretação de que a composição vegetacional da localidade também não variou no Pleistoceno final.
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