Banca de QUALIFICAÇÃO: CLAUDIO ROBERTO BRAGHINI
09/01/2014 11:48
O Litoral de Sergipe apresenta formações de elevada fragilidade ambiental e de interesse para a conservação da biodiversidade. Ao mesmo tempo, as peculiaridades do litoral favorecem uma gama de atividades humanas que coexistem e estabelecem distintas territorialidades e temporalidades. Nesse espaço híbrido, as unidades de conservação configuram-se como novos elementos e trazem à dinâmica territorial certa complexidade. As unidades de conservação são espaços patrimonializados pelo Estado, dependentes de uma confluência de interesses e de relações de poder, que atribuem à gestão desafios gerenciais e a necessidade de compreender a dinâmica das transformações do entorno. A eficácia da gestão enfrenta avanços e retrocessos, na perspectiva de governança e do seu papel social na resiliência das comunidades locais. Como território em transformação, a gestão das unidades de conservação pode ser analisada pela interação entre sistemas de objetos e de ações, de acordo com as ideias de Milton Santos. A paisagem expõe a materialidade em um determinado território, a partir de objetos e marcas que coexistem e se relacionam com as ações dos gestores das UC, as pressões internas e externas, os conflitos e as formas de cooperação. Para tal, objetivou-se analisar a gestão territorial das seguintes unidades de conservação do litoral sergipano: Reserva Biológica Santa Isabel, em Pirambu e Pacatuba, Área de Proteção Ambiental Morro do Urubu, em Aracaju, e a Reserva Particular do Patrimônio Natural do Caju, em Itaporanga D’Ajuda, em termos de avanços e desafios da governança. Para compreender os desafios, estão sendo analisadas a configuração territorial, as relações de poder, os aspectos históricos na ocasião da criação da UC e a sua esfera de gestão, estadual, federal ou iniciativa privada. Especificamente, busca-se: identificar os elementos que estabelecem a paisagem de cada unidade de conservação e o conjunto de ações que definem a dinâmica territorial; caracterizar a trajetória histórica e a força da política local que estabelecem identidades, relações de poder, conflitos territoriais e pressões nas UC; comparar as UC do ponto de vista da governança territorial; e por fim comparar as UC em termos de avanços e desafios à gestão territorial. A análise e síntese implicam acesso a dados secundários e de campo e elaboração de mapas. A análise dos conflitos considera os diálogos, a aplicação de questionários e as entrevistas, assim como, a identificação dos atores, a natureza e os objetos dos conflitos e as dinâmicas estabelecidas pelos conflitantes. Para tanto, baseia-se na abordagem de conflitos sociais e de conflitos socioambientais. A avaliação da efetividade da gestão de cada UC será feita, a partir da metodologia RAPPAM.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19130-f2d2efc73e