Banca de DEFESA: DENIO SANTOS AZEVEDO
19/12/2013 22:56
: O Turismo é um fenômeno social que não desperta o interesse de um conjunto significativo de cientistas sociais. As diversas vertentes que circundam o objeto, política, econômica, cultural, precisam de um olhar mais apurado da Sociologia. No Brasil, o turismo foi utilizado pelos atores sociais que planejavam o Estado Novo no projeto de construção da identidade nacional. No período nacional-desenvolvimentista surgiu como a indústria do turismo que poderia auxiliar na ilusão do país que caminhava em direção ao primeiro mundo. Durante a ditadura militar foi um aliado importante no processo de Integração Nacional. Os planejadores turísticos caminharam de acordo com o contexto histórico no qual estavam inseridos e transformaram cidades, o patrimônio histórico e artístico nacional, o patrimônio cultural imaterial, o patrimônio natural, entendidos no universo do turismo como elementos representativos das identidades, em atrativos turísticos, ou seja, em objetos de consumo. Consumir as identidades consumo é consumir simbolicamente o “outro” e tal prática gera “distinção” entre os grupos sociais, constrói imaginários e alimenta a “concorrência inter-cidades” no mercado global dos deslocamentos programados para fins turísticos. Diante do que foi exposto, esta pesquisa pretende analisar a construção dos atrativos turísticos do destino Sergipe, durante os três momentos históricos aqui destacados, a partir da seleção dos bens representativos das chamadas sergipanidades e como estes são comercializados nas prateleiras do supermercado turístico visando a atração de turistas/consumidores. Pretende-se ainda perceber os usos estratégicos das identidades sergipanas, enquanto símbolo de distinção no processo de “concorrência inter-cidades” por parte dos atores sociais que elaboram os roteiros turísticos do destino Sergipe. Percebe-se que as práticas de tombamento e registro do patrimônio sergipano, a suposta valorização da chamada cultura popular e a busca incessante pela autenticidade, originalidade e tradição serviram como matéria-prima para a construção das sergipanidades, foram o alicerce para a elaboração dos atrativos turísticos que representam as cidades sergipanas e alimento material e simbólico para o consumo de turistas
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