Banca de QUALIFICAÇÃO: SHIZIELE DE OLIVEIRA SHIMADA
08/11/2013 09:07
O objetivo desta qualificação de doutorado é analisar a crise mundial do capital e a relação Estado – capital – trabalho, discussões que fundamentam nossa Tese sobre: Os Ciclos do Capital, Crises e a Configuração multifacetada da relação Estado-Capital-Trabalho. Neste texto de qualificação apresentamos dois capítulos que versam sobre a relação capital-trabalho evidenciando as consequências da crise estrutural que se apresenta nas últimas décadas com o desemprego estrutural, a precarização do trabalho, a presença ativa dos órgãos financeiros internacionais nos países dependentes e a ampliação das dívidas externas. É nossa hipótese de tese que vivenciamos não a perda da centralidade do trabalho, mas a intensificação da extração de mais valor. A expansão do capital (submetida à lei do valor), sempre em busca de lucros crescentes, gera, por sua natureza contraditória, uma tendência à queda da taxa de lucro, logo uma tendência à crise. Entendemos que as políticas liberalizantes possibilitaram elevadas taxas de lucratividade, mas contraditoriamente provocou uma crise estrutural. Atualmente estamos vivenciando uma crise estrutural de caráter universal e consequentemente o desemprego estrutural. A extração de mais valor como garantia do ciclo de reprodução do capital permite que o trabalhador seja submetido cada vez mais à condição de degradação, sem nenhuma seguridade trabalhista. Esta realidade está presente nos trabalhadores do corte da cana que vivem em condições precárias de vida e de trabalho, tornando-se móvel para o capital garantindo ao agronegócio altíssimas taxas de extração de mais valor. Nossa análise está sustentada no método do materialismo histórico-dialético, que permite a leitura processual da dinâmica dos movimentos da internalidade e externalidade da rede de conexões da relação multifacetada entre Estado, capital e trabalho nas interconexões escalares local/nacional/internacional, alterando o conteúdo das relações capital e trabalho para a opressão, e superexploração na extração do tempo de trabalho não pago dos cortadores de cana-de-açúcar.
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