Banca de QUALIFICAÇÃO: DÉBORA SOUZA CRUZ
08/10/2013 15:40
Este estudo tem como objetivo analisar como o “mundo da prostituição” foi caracterizado e apresentado aos telespectadores na primeira versão da telenovela “Gabriela”, exibida pela Rede Globo em 1975. Como qualquer outro tipo de documento histórico, entendemos que as fontes audiovisuais são portadoras de tensões e representações, além de refletir uma dada realidade. Desta forma, o simples fato da telenovela ser considerada um espetáculo de entretenimento não a invalida como discurso sobre a história. Foram construídos campos de registro, informações e comentários sobre a telenovela. Entretanto, tal metodologia não seria possível sem um referencial teórico adequado. Miriam Rossini trouxe alguns conceitos como “efeito de real” e “efeito de realidade”. Jeanneney elencou as dificuldades em incorporar a fonte audiovisual no cenário acadêmico. Rossini e José Baldissera relatam como podemos extrair a partir da análise do audiovisual as marcas dos imaginários de um determinado grupo. Leituras sobre a prostituição e História do Tempo Presente também foram realizadas. Faremos uso das definições elaboradas por Rago e G. Vicent nas quais afirmam que a prostituição nada mais é do que uma extensão do privado no público. Ao analisarmos a novela, notamos que ao mesmo tempo em que a imagem da prostituta e dos prostíbulos são apresentados como locais de “perversão sexual”, criando principalmente uma dicotomia entre a mulher-mãe-dona de casa e a mulher prostituta, as mesmas personagens e ambientes representam o tão falado “progresso” que chegava na cidade de Ilhéus (Bataclan). Importante também é percebemos que os prostíbulos assumem o papel de ambientes de sociabilidade, sendo ponto de encontro de amigos e local de discussão de todo tipo de conteúdo, principalmente político.
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