Banca de DEFESA: EDIMILSON GOMES DA SILVA
01/10/2013 18:17
A ocupação territorial do Estado de Sergipe tem sido caracterizada pela substituição da vegetação original por pastagens e lavouras desde a época colonial, restando na atualidade apenas remanescentes florestais, parte dos quais, especialmente no semiárido sergipano, vem sendo aproveitado para a apicultura a qual contribui para sua proteção mediante a polinização das flores o que garante a perpetuação das espécies, além de apresentar baixos investimentos financeiros para os pequenos produtores que encontram nessa atividade uma fonte alternativa de renda. Esse trabalho visa analisar as redes geográficas e o potencial fitogeográfico para atividade apícola em Sergipe à luz das redes geográficas enquanto categoria de análise, tendo como recorte empírico os territórios de planejamento: o Alto Sertão, com destaques para os municípios de Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora de Lourdes; Agreste Central (Frei Paulo); Sul Sergipano (Estância e Salgado); Centro Sul (Lagarto, Poço Verde e Tobias Barreto); e, Baixo São Francisco (Brejo Grande). A pesquisa ocorreu a partir de levantamento bibliográfico, documental e censitário acerca da temática abordada; pesquisa de campo a partir de visitas aos territórios produtivos que dispõe de potencial fitogeográfico para a apicultura; entrevistas semiestruturadas com os atores que fazem parte da rede apícola e com representantes de entrepostos e cooperativas de apicultores; aplicação de técnicas cartográficas para elaboração dos mapas; ordenamento e tabulação dos dados; e, análise e interpretação das informações. As redes geográficas da apicultura encontram-se configurada em redes de produção, de comercialização, financeira, técnica, científica, e informacional cujas análises evidenciam a existência de potencial fitogeográfico nos remanescentes florestais capazes de atender a prática e o desenvolvimento da apicultura em Sergipe. Entretanto, além das condições climáticas, os fatores de caráter estrutural e organizacional dificultam o crescimento dessa atividade: a falta de sinergia entre atores constituintes da rede; a inexistência de profissionalismo por parte dos apicultores, que embora tenham conhecimentos técnicos, ainda praticam a atividade de forma amadora e quantidade insuficiente de unidades de beneficiamento (Casa do Mel) edificadas com base normas técnicas estabelecidas pelos órgãos governamentais, dentre outros. Para almejar o crescimento e fortalecimento da apicultura são necessárias melhorias estruturais, como: apoio técnico-científico, informacional e financeiro efetivos pelos órgãos governamentais; estruturação e criação de unidades de extração e beneficiamento dos produtos apícolas; estruturação e organização das associações de apicultores e sua inclusão na Federação de Apicultores de Sergipe; fortalecimento da comercialização via criação de entreposto em Sergipe; disponibilização de áreas para produção comunitária nos territórios com potencial fitogeográfico por iniciativa do governo (federal, estadual e local); realização de parcerias entre proprietários de terras e apicultores via órgãos governamentais oferecendo benefícios aos proprietários; e, após a estruturação efetiva das redes geográficas, viabilizar a criação de um Centro Tecnológico da Apicultura em parceria com o Estado da Bahia visando atender o sertão sergipano e baiano já que as redes geográficas da apicultura sergipana ultrapassam seus limites territoriais em busca de potencial fitogeográfico. Essas estratégias proporcionarão a consolidação do almejado APL no contexto estadual e do SLOT no âmbito local.
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