Banca de DEFESA: MARCELO CARDOSO DE SOUSA
21/08/2013 11:30
O presente estudo descreve a trajetória de ações de proteção ao guigó-de-sergipe (Callicebus coimbrai Kobayashi; Langguth, 1999), um primata ameaçado de extinção e endêmico dos Estados de Sergipe e Bahia, e propõe o uso da biometria computacional para a estimativa de suas populações na Mata Atlântica. Partiu-se do princípio de que um primata recém-descrito pela ciência poderia interferir na criação e aumento do número de áreas protegidas e de que algoritmos computacionais empregados para a verificação da identidade da voz humana poderia ser utilizado para a identificação da vocalização de primatas e auxiliar na estimativa de densidade de suas populações na Mata Atlântica. Dentro de uma perspectiva interdisciplinar, elaborou-se uma síntese do histórico do conhecimento existente sobre este primata, associou-se a estratégia para a sua proteção com a educação para a conservação e adotou-se o primata como espécie bandeira. Também foi feita a correlação dos aspectos institucionais da conservação da biodiversidade em âmbito internacional, nacional e local e as motivações para a criação de Unidades de Conservação em Sergipe. Analisaram-se os aspectos teóricos do método de amostragem de distância, convencionalmente utilizado para o monitoramento de populações de primatas e obtiveram-se vocalizações para a verificação da identidade de emissores. A hipótese de que a vocalização de primatas apresenta particularidades individuais foi validada e pode ser utilizada para a aferição da distância do emissor. Constatou-se que a Educação para a Conservação foi fundamental para a difusão de informações sobre a biodiversidade de Sergipe, em especial sobre o guigó (Callicebus coimbrai) e facilitadora de ações que contribuíram para a motivação e aumento de pesquisas sobre o primata, para o envolvimento das instituições de proteção ao Meio Ambiente e para o aumento das áreas protegidas. Reconheceu-se a significativa importância da amostragem de distância para a obtenção de dados sobre a estimativa de densidade de populações de espécies animais em florestas tropicais e considerou-se que a visualização das espécies florestais como elemento fundamental para o estudo e censo de populações, especialmente através de transectos para a contagem por avistamentos, enfrenta algumas dificuldades, principalmente em áreas de vegetação densa e relevo acentuado. Desse modo, a biometria pode ser aplicada como método auxiliar para censo e estimativa de primatas em florestas tropicais e permitir que conservacionistas utilizem os recursos aqui apresentados como complemento aos métodos de transecto e de pontos, ou como alternativa para o censo em áreas onde a visualização é dificultada pela vegetação densa ou relevo íngreme. Tal perspectiva poderá implicar na precisão do censo de indivíduos de uma população, na definição de seu status de conservação, na indicação de áreas passíveis de proteção e na orientação e subsídio às políticas públicas, especialmente aquelas voltadas para a criação de Unidades de Conservação.
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