Banca de DEFESA: JOÃO ROGERIO MENEZES DE SANTANA
28/07/2013 14:00
As discussões sobre sexualidade e gênero não são recentes, mas os estudos científicos que articulam a educação com essas temáticas ainda apresentam uma demanda significativa, apesar da relativa ampliação que tem ocorrido nessas investigações nas últimas décadas. Em Sergipe, tais práticas científicas fazem parte deste cenário com trabalhos como o de Barreto (2009), Oliveira (2006) e Santos (2010). No entanto, ainda são raros os trabalhos que tomam crianças como sujeitos desses estudos. Assim, o trabalho aqui apresentado teve como objetivo analisar percepções de 35 discentes e duas professoras (uma docente que ensina Língua Portuguesa e uma que leciona Educação Física e Ciências Naturais), do 5º ano do Ensino Fundamental (EF), sobre sexualidade e gênero e a relação dessas temáticas com a educação. Utilizamos como principal referencial para a temática sexualidade e gênero no espaço escolar Guacira Lopes Louro. Já para a reflexão sobre essas temáticas no contexto do comportamento humano destacamos Foucault (2011), Del Priore (2011), Castells (2010), entre outros. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, que articula o olhar etnográfico na perspectiva da etnografia da prática escolar, referendada por André (2010), com a abordagem sócio-histórica em uma aproximação com Bakhtin (2003). O trabalho tem como eixos temáticos: a) Sexualidade e Corpo; b) Visões Sobre Gênero; c) Sexualidade, Gênero e Prática Escolar. O estudo aponta, entre outras coisas, que as(os) profissionais da escola e as famílias das(os) estudantes não se sentem à vontade quando temas dessa natureza são abordados no ambiente escolar. Percebe-se que essa relação desconfortante pode estar associada aos resquícios de uma concepção e prática de ducação (escolar e não escolar) que ainda trata o sexo, predominantemente, como um tabu e a sexualidade como sinônimo de sexo. Percebeu-se que para as crianças a sexualidade está associada à satisfação ou prazer que cada pessoa expressa em diferentes formas. No entanto, algumas delas ainda constroem conceitos equivocados ou conservadores sobre a temática, outras ainda não formularam opiniões devido à idade ou às proibições postas pelos responsáveis e a falta de diálogo a esse respeito no espaço escolar. Visualiza-se a necessidade de transformação de concepções, procedimentos e atitudes sobre a sexualidade humana e as relações de gênero na escola como contributo para superação do determinismo de papeis sociais e dos preconceitos e discriminações nas políticas e práticas cotidianas da sociedade. Essa transformação ampliará as possibilidades de que as novas gerações usufruam de direitos fundamentais do Ser Humano, como o direito à liberdade, à dignidade e ao respeito em todas as formas e expressões.
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