Banca de DEFESA: ANA CONSUELO FERREIRA FONTENELE
04/07/2013 11:36
Nosso desafio consistiu em pensar em que medida a questão ambiental como problemática atual contempla a relação sociedade-natureza, já que essa relação aparece na análise geográfica em sua indissociabilidade. A partir desse contexto, construímos a tese de que a relação sociedade-natureza na geografia apresenta-se como chave do entendimento da política ambiental no estado de Sergipe, enquanto compreensão das relações contraditórias engendradas na economia capitalista. Para tanto, apresentamos como objetivo central a análise crítica do processo de formação e implementação das políticas ambientais no Brasil, bem como o poder público em Sergipe estabelece sua política ambiental a partir das normas estabelecidas pela União. A pesquisa foi guiada pelo conhecimento geográfico em relação aos posicionamentos normativos do método dialético adotando um percurso de abstração teórico, que instrumentaliza a forma de tratar a relação entre o abstrato e o concreto, e opera a noção de espacialidade como sendo, não só produzida ativamente, mas também, um momento ativo dentro do processo social. Além da análise documental foram utilizados também dados empíricos coletados em visitas de campo, onde se dá o processo de territorialização das ações direcionadas ou não, pelas políticas ambientais estaduais instituídas. Para esse propósito foi feito um recorte espacial do planejamento das políticas públicas, consubstanciado no Território da Grande Aracaju. Nesta dimensão todos objetivos que conduziram a tese foram gestados a partir da hipótese de que as políticas ambientais são políticas territoriais, isto é, são ações estatais que promovem o reordenamento do espaço nacional preparando-o para novas espacializações. Procurou-se contextualizar a “questão ambiental” no quadro da internacionalização do capital, focalizando o papel dos organismos internacionais na formulação das políticas ambientais e na construção das políticas públicas; analisar o papel do Estado na implementação de políticas diretamente afetas à questão ambiental que reflete na qualidade de vida da população, como explicativas do padrão de expansão do capital nas diferentes escalas, local/nacional/global. Observou-se o papel importante da ciência e da tecnologia para a adequação do meio ambiente ao crescimento econômico pautado na racionalidade técnica instrumental com interlocução entre a população organizada e a organização social para a difusão do desenvolvimento sustentável. Concluiu-se que a política ambiental estruturada no desenvolvimento sustentável tem a natureza e a comunidade como fatores de produção subsumidos ao capital, com discurso e práticas hegemônicas de dominação, que se efetivaram na retórica dos discursos das políticas públicas ambientais, no cotidiano, em parcerias (ONGs, Fundações, Institutos, etc.), em posturas participativas da comunidade local, bem como, na permeabilidade para relações democráticas.
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