Banca de DEFESA: VILOMAR SANDES SAMPAIO
15/04/2013 11:38
MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA, TRABALHO FAMILIAR E FLORICULTURA NA MICRORREGIÃO DE LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA - BAHIA
Agricultura familiar. Fruticultura. Modernização. Reprodução Social
A modernização da agricultura brasileira trouxe diferentes impactos socioeconômicos e ambientais. Novas formas de produção foram incorporadas ao território com a implantação dessa agricultura moderna, particularmente a partir da década de 1970, período no qual o capital penetrou no campo de forma mais intensa. Nesse cenário de mudanças técnicas e conquistas científicas que se apresenta o objetivo geral desse estudo que é analisar as transformações socioespaciais ocorridas na microrregião de Livramento de Nossa Senhora, no Sudoeste baiano, com a implantação da agricultura modernizada e, posteriormente do polo frutífero. A base econômica desses municípios está fundamentada na agricultura. Com a implementação do perímetro irrigado em 1986, houve a constituição e difusão da pequena propriedade rural. A partir desse período a estrutura produtiva se assentou na pequena propriedade, no trabalho familiar e no cultivo da fruta com predominância da manga. A modernização da agricultura não representa apenas a mudança na base técnica da produção - suas consequências são econômicas e sociais. A metodologia adotada foi a seguinte: revisão bibliográfica, coleta de dados em órgãos como: Ministério da Agricultura; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). As informações sobre a agricultura regional foram obtidas em setores como as Secretarias de Agricultura dos municípios dessa microrregião; associações de trabalhadores rurais, cooperativas e sindicatos; produtores e trabalhadores da fruticultura. A pesquisa empírica foi desenvolvida a partir da investigação em documentos sobre a história e ocupação do interior da Bahia e aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas aos agentes sociais: trabalhadores, produtores, empresários, presidente de associações e lideranças locais. Com a implementação desse perímetro ocorreram significativas transformações no uso da terra nesse espaço, nas técnicas de produção e nas relações de trabalho. A modernização redimensionou o espaço agrário dessa microrregião e permitiu a reprodução social do pequeno agricultor. Atualmente, essa microrregião se destaca como forte produtora de frutas com destaque para produção de mangas. A produção e comercialização dessas frutas tem se especializado ao longo dos anos em função da organização coletiva dos produtores e da iniciativa privada. A produção frutícola nessa microrregião constitui um mercado em potencial enquanto produto agrícola. Os pequenos produtores rurais têm suas unidades de produção comandadas essencialmente pelo trabalho familiar e apoiadas por organizações coletivas que favorecem suas estratégias de reprodução. Essa atividade apresenta fatores favoráveis à continuação do empreendimento com a fruta mesmo apresentado fatores adversos.
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