Banca de QUALIFICAÇÃO: ANITA DE SOUZA SILVA
05/12/2023 09:05
A raiva é uma doença negligenciada e uma ameaça global à saúde pública. Écausada pelo Lyssavirus e afeta mamíferos, incluindo seres humanos. Aprincipal forma de prevenção da doença é a vacinação, além disso, é muitoimportante a abordagem One Health para o controle da raiva. Este estudo tempor objetivo descrever o panorama epidemiológico da raiva no Brasil, sob aperspectiva One Health, no período de 2010 a 2022. Foi realizado um estudoepidemiológico observacional, descritivo e ecológico. O levantamento doscasos confirmados da raiva humana foi realizado no Departamento deInformática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e também no site Saúdede A a Z do Ministério da Saúde. As variáveis analisadas foram informações danotificação, características sociodemográficas, antecedentes epidemiológicos econclusão do caso. Foram coletados dados dos casos de raiva animal no Brasilno Sistema Nacional de Informação Zoossanitária (SIZ) do Ministério daAgricultura e Pecuária (MAPA) referentes à notificação e informaçõeszoosanitárias. A análise descritiva das variáveis da raiva humana e animal foielaborada no Microsoft Excel, sendo expressas as frequências relativas eabsolutas. Foram calculadas as taxas de letalidade e incidência da raivahumana. A tendência temporal da raiva humana e animal foi estimada pelomodelo de Regressão de Prais-Winsten. Para a autocorrelação espacial doscasos de raiva animal, utilizou-se o Índice Global e Local de Moran (IGM/ILM).A técnica de varredura espaço-temporal utilizou o método Scan de Kulldorff.Não foi necessária a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) comseres humanos e da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA). Noperíodo analisado, foram notificados 45 casos de raiva humana no Brasil. Amaioria dos casos de raiva ocorreu em indivíduos do sexo masculino (71,1%),raça parda (68,9%), e 37,8% eram residentes da zona rural. As crianças eadolescentes representaram 51,2% dos casos. Quanto ao nível deescolaridade, 25% tinham apenas do 1º ao 4º ano do ensino fundamentalincompleto. O principal animal agressor foi o quiróptero, e a variante genéticaenvolvida foi a AgV3. A tendência temporal dos casos humanos no período doestudo foi estacionária, com aumento nos anos de 2016 a 2018. Os estadoscom as maiores taxas de incidência foram Roraima (0,190 casos/100 milhabitantes) e o Pará (0,120 casos/100 mil habitantes). O país registrou um totalde 16.295 casos de raiva em animais no período analisado. Os anos de 2010 e
102012 destacaram-se, representando 10,9% e 11% dos casos, respectivamente.Os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso foram os queregistraram mais casos da raiva em animais. Houve um predomínio da raivaem bovinos, totalizando 80,8% dos registros. A transmissão da raiva pode serinfluenciada por fatores sociais, econômicos, culturais, religiosos e ambientais.O estudo destaca a importância da integração entre a saúde animal, humana emeio ambiente, com isso, demonstra o quanto é importante a colaboraçãointerdisciplinar e multissetorial para promoção da abordagem One Health paraprevenir, controlar e enfrentar essa doença.
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